sábado, 7 de abril de 2012

CENAS DANTESCAS SEM NOVIDADE

BEATRIZ FAGUNDES, O SUL, 07/04/2012

Ontem, a Justiça determinou uma nova interdição no Presídio Central. Cenas dantescas causaram espanto na população gaúcha! E, que cenas. Novidade? Nenhuma. Trechos de decisão de interdição de 14 de outubro de 2.010.

Sidinei Brzuska: "O primeiro pedido de interdição do Presídio Central foi apresentado no dia 02/08/1995, quando o efetivo carcerário era de 1.773 detentos. Na inicial, formulada na época, consta que "as condições desumanas e precárias do estabelecimento são as que predominam", que "o lixo se espraia por todo o complexo". O odor é insuportável e, também, pode ser sentido por todos os lugares por onde se anda". Ainda "a promiscuidade no interior das galerias, destinadas aos apenados fechados, é visível e preocupante". Faz referência à existência de presos "entre fezes e urina em vista da inexistência de sanitários a atendê-los, amontoados sob uma marquise...". 29/10/1999: "Central bate recorde de superlotação", atingindo 2.163 presos.

Entrevistados, o juiz Rinhes da Trindade, da Vara das Execuções Criminais, disse que "os apenados vivem em condições subumanas" e que "ter 2,1 mil apenados no presídio é uma loucura. O preso acaba revoltado e deprimido. Torna-se capaz de fazer qualquer coisa".

Conforme ofício 057/04, do Diretor do Presídio Central, em janeiro de 2004, as celas do presídio com capacidade para 08 presos estavam abrigando, em média, 18 apenados, "chegando a praticamente 1 metro quadrado para cada preso". Atualmente, há 4,6 mil presos onde a capacidade é de 2,6 mil.

Não é sério! Nada mudará. Nem os peixes serão salvos, nem a dignidade que ainda resta ao lixo humano depositado no Central será respeitada. Não há vontade política, nem vergonha na cara!

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