ZERO HORA 17 de maio de 2013 | N° 17435
Prisioneiro ordenava execuções
Jamanta é mais do que um apelido. Segundo a polícia, trata-se de uma espécie de sigla, que denomina como “já manda matar” o detento Róbson Masui Duarte, 24 anos. De dentro do Presídio Central, conforme a polícia, ele ordenava execuções e comandava o fluxo de bocas de fumo em Guaíba. A partir das investigações, foi montada a Operação Resposta, da Polícia Civil, que resultou na prisão de oito pessoas e na apreensão de dois adolescentes.
De acordo com a delegada Sabrina Teixeira, deve ser solicitada à Justiça a transferência de Jamanta para uma casa prisional mais segura, onde fique impedido de comandar, o que ele seguia exercendo mesmo há três anos longe das ruas.
– Acreditamos que pelo menos a metade dos homicídios cometidos na cidade nos últimos meses estão diretamente ligados a essa quadrilha. E o Jamanta será indiciado como mandante dos crimes – aponta a delegada.
Desde que o criminoso começou a ser monitorado, a dificuldade dos policiais estava em provar a relação direta do detento com as execuções. Ele não fazia ligações telefônicas. A forma como os assassinatos aconteceriam e quem seriam os alvos era determinada nas conversas que Jamanta tinha com a companheira e a cunhada. A mulher dele chegava a visitá-lo três vezes por semana. As duas foram presas preventivamente durante a ação de ontem.
Traficantes eram alvo da quadrilha
A maior parte da vítimas da quadrilha era traficantes rivais que eventualmente tentavam crescer nas áreas onde Jamanta pretendia ter controle absoluto. Mas a determinação de “mandar o recado” para os inimigos não poupava nem as pessoas próximas dos verdadeiros alvos.
Foi assim com Ilsa Medeiros de Freitas, 51 anos, morta a tiros no último Réveillon, no bairro São Jorge. Conforme a investigação da 1ª DP de Guaíba, o alvo dos bandidos era o filho dela, Tafarel de Freitas Vargas, 24 anos. Como não o encontraram, executaram a mulher, apesar de ela não ter envolvimento com o tráfico de drogas.
Os rivais acharam Tafarel no dia 27 de março. Foi morto a tiros no bairro Jardim da Lagoa, onde estava refugiado desde dezembro, escondido na casa de uma irmã.
EDUARDO TORRES
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