ZERO HORA 20 de novembro de 2012 | N° 17259
Pacote contra violência em prisões de SC
GABRIELA ROVAI | Florianópolis
Santa
Catarina é um dos seis Estados com mais denúncias de violência dentro
do sistema prisional. A afirmação é do ouvidor nacional de Direitos
Humanos, Bruno Renato Teixeira, que chegou ontem em SC para verificar as
denúncias de tortura na Penitenciária de São Pedro de Alcântara e que
antecederam a onda de violência no Estado.
Ontem, foram
anunciadas ações contra a tortura nas cadeias catarinenses. O ouvidor
visita hoje a unidade prisional onde estão os líderes da facção
criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que teria determinado a
realização dos ataques.
Representante da Secretaria de Direitos
Humanos, Teixeira também esteve em Santa Catarina para cobrar
articulação da rede na solução de conflitos dentro do sistema prisional.
Teixeira passou o dia ontem em reuniões no Tribunal de Justiça, pela
manhã, e na Secretaria de Justiça e Cidadania (SJC), durante cerca de
três horas, à tarde.
Agentes terão formação em direitos humanos
O
ouvidor da SDH listou medidas concretas para combate à tortura e de
enfrentamento à violência institucional e que deverão ser colocadas em
prática em Santa Catarina. Entre as iniciativas, estão a criação do
Observatório Catarinense da Dinâmica Prisional, a formação de agentes
penitenciários em direitos humanos e a capacitação de juízes e
promotores em enfrentamento e combate a tortura dentro do sistema. Os
300 novos agentes que serão incorporados ao sistema prisional, em 2013,
receberão a nova formação.
As supostas agressões praticadas
contra apenados estaria por trás da onda de violência que resultou em 58
atentados em 16 municípios.
Identificada dupla que ordenou o cessar de ataques
Os
dois presos que aparecem numa interceptação telefônica, feita na última
quinta-feira, repassando a ordem de parar os atentados em Santa
Catarina foram identificados. A afirmação é do delegado-geral da Polícia
Civil Aldo Pinheiro D’Ávila. A interceptação telefônica foi anexada a
um inquérito policial que está sob responsabilidade da Diretoria
Estadual de Investigações Criminais (Deic). As escutas são apenas parte
da apuração dos atentados.
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