sábado, 11 de agosto de 2012

O PROJETO ÁEREO

O SUL, 11/08/2012

WANDERLEY SOARES

Ninguém vai para a cadeia por ser dependente de drogas.

Ao considerar que membros da área técnica-centífica do governo se descabelam e descabelam-se em busca de soluções para a questão de menores infratores, atualmente depositados na Fase (ex-Febem), onde os funcionários sofrem todos os tipos de ameaças e mesmo agressões diretas, aqui da minha torre, como um humilde marquês e mero observador das marés da segurança pública, devo reconhecer a coragem da dialética da transversalidade gaúcha em apresentar um projeto de R$ 9 milhões, um tanto aéreo por enquanto, para dar tratamento em estilo Vip para, exatamente, 351 apenados escolhidos a dedo e considerados dependentes de drogas químicas. O projeto é aéreo porque, embora foguetoriamente anunciado, com direito a material gráfico a cores encaminhado como informação privilegiada para uma ala da mídia, não tem nem lugar definido para a sua instalação. Pode acontecer aqui, pode acontecer lá. Sigam-me.

Dependentes

Algumas questões podem ser apontadas, de plano, sobre o paraíso projetado pelo Piratini através da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários). Vamos a ver: Quantos apenados estão no Presídio Central por serem dependentes de drogas? Segundo sou informado pelos meus conselheiros, ninguém vai para a cadeia por ser dependente de drogas, a menos, é claro, que consuma um quilo de maconha por dia. Mais ainda: Qual é o número de cidadãos recolhidos ao Presídio Central que não é dependente de drogas? Segundo o projeto Vip, são 351 os dependentes. Nos demais presídios do Estado, creio que a massa carcerária é da ala do "crack, nem pensar".

Bandido morto

Um homem considerado como um dos principais assaltantes de banco do Estado morreu baleado ontem em confronto com a Brigada Militar em Caxias do Sul. Juliano Justino da Rosa, 32 anos, tinha aderido ao uso de explosivos em seus ataques contra agências bancárias. O último tiroteio de Juliano ocorreu na rótula da Perimetral Oeste, em frente à Casa de Pedra, um dos principais pontos turísticos de Caxias.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Desta vez, sou obrigado a discordar do amigo marquês. A ideia de construir unidades prisionais para tratamento de dependência é ótima, pois além de proporcionar a recuperação de muitos vapozeiros e pequenos traficantes, impede que estes sejam depositados em presídios são adequados e sem estrutura de tratamento. Entretanto, é necessário saber que a maioria dos detentos do sistema prisional possuem no currículo envolvimento com drogas. Resta identificar aqueles que realmente querem se curar, o que não será fácil, pois entre eles existirão os detentos perigosos que vão usar qualquer artifício para cumprir pena onde os privilégios abrem as portas para fugas e licenças sem monitoramento.

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