WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, 14/07/2011
Negócios escabrosos ocorriam nas delegacias que funcionavam como prisões provisórias.
Em diferentes épocas, algumas delegacias distritais da Polícia Civil foram dotadas de xadrez para hospedar desordeiros, simples bêbados, prostitutas e mesmo ladrões profissionais por decisão dos próprios policiais, sob as vistas grossas e os ouvidos de mercador do Judiciário e do Ministério Público.
Era comum que entre essas pessoas, detidas de forma arbitrária, houvesse quem chegasse a cumprir penas de 60 e de até 80 dias no xadrez da 8 DP, em Petrópolis, por simples decisão de um inspetor chefe de investigações.
No entorno desse barbarismo - tacitamente aceito pela sociedade - ocorriam os mais escabrosos negócios que envolviam advogados de porta de xadrez, receptadores, rufiões, policiais e jornalistas corruptos.
As marcas desse tempo ainda persistem naqueles que tem memória.
Por isso, aqui da minha torre, entendo como um retrocesso grotesco e temerário, para dizer o mínimo, a simples ideia de usar as delegacias como prolongamento de casas prisionais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Tem toda razão o colunista refutar esta idéia escabrosa de colocar presos em xadrez de delegacias. Os autores desta ideia anacrônica deveriam conhecer mais os relatórios, as reportagens especiais e as denúncias sobre o falido sistema prisional brasileiro. Por certo eles conheceriam a situação dos apenados depositados em celas de delegacias por este Brasil afora.
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