Com frio, foragido volta à prisão - MARJORIE BASSO | FLORIANÓPOLIS, ZERO HORA 08/07/2011
Na madrugada em que os termômetros marcaram 5,4°C em Florianópolis, os catarinenses fizeram o que puderam para se proteger do frio. A atitude mais incomum foi a do baiano Edicarlos Bezerra, Farias, 32 anos. Foragido da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, ele ligou para a Polícia Militar pedindo ajuda para voltar à unidade prisional.
A ligação foi feita de um telefone público na área central da cidade, onde Farias estava havia três dias, na manhã de quarta-feira. O preso estava foragido desde março, quando recebeu o benefício da saída temporária e não voltou mais.
Apesar de estar vestido com blusa e calça compridas, na delegacia, o foragido contou que não estava aguentando o frio na rua. Ele também estava sendo ameaçado por um outro morador de rua, por isso resolveu voltar.
– Em 30 anos de polícia, eu nunca vi uma coisa dessas – disse o agente Neri Emerin Filho.
Na penitenciária, o discurso foi diferente. Farias disse à direção da unidade que queria cumprir o restante de sua pena como manda a lei. Mas novamente reclamou do frio.
– Aqui em São Pedro de Alcântara estão apenas presos condenados, é bem incomum um preso querer voltar. Para você ver como ele é bem tratado – comenta o gerente de execuções penais da unidade, João Eduardo da Costa.
Fuga pode levar apenado a perder progressão
Edicarlos Farias foi condenado a oito anos e seis meses de prisão por tráfico de drogas. Ele está preso desde 2006 e não consta em sua ficha em São Pedro de Alcântara que já tenha recebido visitas.
Em 2007, ele conseguiu três benefícios, progressão de pena em cem dias, passou do regime fechado para o semiaberto e obteve o direito de saídas temporárias de sete dias a cada dois meses. Com a fuga, a Justiça pode reavaliar sua situação.
5,4°C marcavam os termômetros em Florianópolis na madrugada em que detento ligou para a polícia
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