ZERO HORA 20 de janeiro de 2017 | N° 18747
Em Santa Catarina, rebelião com celas incendiadas e feridos
Onze presos ficaram feridos ontem durante rebelião no Presídio Masculino de Lages, na serra catarinense. A situação foi controlada ainda no fim da tarde, mas o Departamento de Administração Prisional (Deap) precisou transferir metade dos 267 detentos da unidade para outras regiões. Uma ala ficou completamente destruída após presos colocarem fogo em colchões. Segundo o diretor do presídio, Marcio de Oliveira, a confusão teria iniciado após briga entre dois detentos:
– Era intriga antiga. Eles começaram a brigar e os outros presos fizeram bagunça. A gente interveio e fechou o pátio, mas eles se exaltaram e acabou tomando proporção muito grande.
Durante à tarde, ao menos três detentos foram vistos saindo com ferimentos da cadeia e encaminhados ao Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. Um dos feridos teve 90% do corpo queimado e permanece em estado grave.
Corregedor do sistema prisional de Lages, o juiz Geraldo Bastos descarta a briga entre facções. Ele negociou o fim do motim:
– É reclamação da superlotação. Foi mais o que eles estão vendo na TV (sobre massacres nas cadeias).
Bastos conta ainda que encontrou no local um clima muito tenso, com fogo em colchões e presos asfixiados com a fumaça. Às 17h30min, a situação foi controlada.
– Se demorasse um pouco mais, poderia ser trágico.
A direção da unidade trabalhava para conseguir vagas em outras unidades para levar os presos que precisam ser transferidos. O presídio onde ocorreu a rebelião foi construído em 1968. Há outra unidade na cidade, que fica no bairro Santa Clara.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, “uma hora após o início do motim a situação foi totalmente controlada e a unidade prisional segue sob o controle do Estado”. O órgão diz ainda que não houve reféns, fugas e nenhum óbito foi registrado. Durante a tarde, o governador Raimundo Colombo estava em Lages para inauguração no Hospital Tereza Ramos. Após a solenidade, disse que a “equipe de segurança agiu rapidamente à situação que preocupa”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário