segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

USO DO FACEBOOK PARA POSTAR FOTOS E MENSAGENS

JORNAL EXTRA.GLOBO, 05/01/13 18:00

Bandidos presos usam Facebook para postar fotos e mensagens

O Facebook de Nando Bacalhau


Carolina Heringer


Eles já figuraram entre os bandidos mais procurados do Rio, e estão atrás das grades. Nas redes sociais, continuam a interagir por meio de anônimos. Perfis dos traficantes cariocas multiplicam-se no Facebook. Falsos ou não, alguns reúnem quase 800 amigos. Conhecido como um bandido exibido, que foge do "padrão" de discrição dos criminosos, Luiz Fernando Nascimento Ferreira, o Nando Bacalhau, é o que mais se expõe. Ex-chefe do tráfico no morro do Chapadão, preso em outubro, ele tem pelo menos cinco perfis. Na rede social, há várias fotos com mulheres e amigos.

Beira-Mar também está nas redes sociais

Um dos perfis foi criado em 14 de novembro, após a prisão do traficante. Nele, num álbum intitulado "saudades...", há imagens de bandidos da mesma facção que Bacalhau, além de fotos do Chapadão. Uma delas é do criminoso preso. Na legenda, um desafio: "Eles podem prender nossos corpos, mas jamais nossos pensamentos". Em outro perfil de Nando Bacalhau, com 736 amigos, nas informações sobre o traficante, seu emprego é definido como "empreendedor". Mesma "profissão" que afirmam ter outros traficantes da mesma facção, como Cláudio Serrat Correa, o Claudinho CL, e Marcelo Veiga, o Marcelo Piloto, único que está solto, em seus supostos perfis no Facebook.

Nem é outro na rede



Fabiano Atanázio, o FB, ex-chefe do tráfico da Vila Cruzeiro, também tem cinco perfis. Quatro foram criados após a sua prisão, em janeiro de 2012. Suas páginas, no entanto, têm poucas fotos, todas que já circulam pela internet. Num dos perfis, na qual a foto principal é do traficante com a roupa de presidiário, aparecem mensagens supostamente escritas por ele da cadeia.

De acordo com o delegado Gilson Perdigão, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), geralmente esses perfis são falsos. Ele explica que quem cria uma página dessas pode responder por falsidade ideológica e apologia ao crime.

— Normalmente, são moradores da comunidade que vêem equivocadamente no traficante uma pessoa importante. São perfis criados exatamente para enaltecer a figura do criminoso, como se fosse exemplo a ser seguido.

O Facebook nem existia quando Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi preso, em 2002. A rede social só foi criada dois anos depois. Mesmo assim, ele tem pelo menos quatro perfis no Facebook, todos atualizados com fotos que já estão na internet. Beira-Mar tem ainda duas páginas na rede social, uma delas com 33 fãs e outra com mais de 600. “Um dia o chefe sai. Fé em Deus”, escreveu um seguidor.

Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso em novembro de 2011, duas páginas no Facebook, com mais de 18 mil “curtidas”. Nela, seus seguidores também se manifestam: “Liberdade pro mestre Nem da Rocinha”.



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