domingo, 2 de março de 2014

SP TEME UMA REBELIÃO DA FACÇÃO PCC NAS CADEIAS



ZERO HORA 02 de março de 2014 | N° 17720


NAS CADEIAS. Plano de resgate de criminosos em Presidente Venceslau envolveria o uso de dois helicópteros



A notícia da possível transferência de quatro líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) elevou ainda mais o clima de tensão na sexta-feira, em Presidente Venceslau (SP), onde estão detidos os líderes da facção criminosa, na P2. O receio é de que a facção ordene rebeliões em unidades controladas por ela, caso seus líderes sejam mesmo levados para o regime de prisão mais rígido.

O pedido de transferência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Cláudio Barbará da Silva, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista, seria feito na sexta-feira pelas Secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária.

A decisão foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) após a divulgação de um plano de fuga audacioso, com uso de dois helicópteros, que a facção planejava para este sábado, dia 1º. Oficiais da PM, representantes do Ministério Público, agentes penitenciários e sindicalistas afirmaram que a possibilidade de motins ou de uma megarrebelião em presídios controlados pelo PCC deve ser levada a sério, e pode ser facilitada pelos horários de visita, mantidos para o fim de semana pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

– A segurança fica mais sensível porque as visitas dentro das unidades podem ser tomadas como reféns para realização de motins – disse um oficial da PM.

Ele revelou que o efetivo foi reforçado com homens de outras cidades e com a ajuda do Comando de Operações Especiais (COE), que mantém grupos de atiradores próximos do presídio, com a Tropa de Choque da PM.

– As folgas também foram suspensas e nossos homens convocados para reforçar o patrulhamento – informou.

– O clima de tensão aumentou muito com essa notícia. Há essa possibilidade de rebeliões, mas não podemos negociar com bandidos. É preciso que se faça a transferência. É simples: se o detento não se comportou bem em uma penitenciária de segurança, ele precisa ser transferido para outra mais segura ainda – comentou um promotor criminal.

Agentes estão temerosos com possibilidade de revolta

Segundo o mesmo promotor, se a Justiça tivesse cumprido os pedidos de transferência de 35 líderes da facção, feitos pelo Ministério Público em outubro, a situação seria outra.

– Este plano nem existiria – disse.

O promotor também lembrou que o novo pedido feito pelas duas secretarias “nem precisaria ser feito porque está no Decrim o julgamento do mérito do pedido de prisão de 365 dias que o MP fez para Marcola e para Barbará”.

Agentes estão temerosos com a possibilidade de rebelião.

– Muitos colegas estão nos procurando para saber como se comportar. Estamos orientando para que aumentem a atenção tanto dentro quanto fora de presídio. Essa ameaça de megarrebelião é bem real – disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo.

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