quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A REVOLTA DOS PRESOS

O SUL, 24/10/2012

WANDERLEY SOARES

Na cadeia, não são poucos os que pra lá foram por opção.

Cerca de 150 detentos do Presídio Regional de Passo Fundo, Norte gaúcho, entraram em confronto com policiais militares que vigiam a penitenciária. O grupo arrancou tampas de concreto e passou a atirar pedaços contra agentes da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), que acionaram a Brigada Militar. Os presos foram contidos com o uso de armas não letais e reconduzidos às celas. O Presídio Regional de Passo Fundo tem capacidade para 390 presos, mas abriga o dobro. Sigam-me.

Opção

Não obstante o oportunismo, politicamente correto, dos que se comovem com a situação dos apenados, sempre é bom lembrar que são os próprios apenados que destroem as casas prisionais queimando cobertores, colchões, danificando o sistema hidráulico, os esgotos e tudo o mais que possa existir em seu ambiente para minorar, minimamente, as suas carências. Em liberdade, nas comunidades miseráveis que circundam as grandes cidades a promiscuidade, sem cobertura do Estado, sem a garantia da alimentação diária, em espaços para um casal, abrigam seis ou até mais pessoas, entre as quais sempre presentes estão as crianças. São locais onde as doenças proliferam entre ratos, baratas e fezes humanas e de bichos. O estado de miserabilidade é o pior dos presídios. Na cadeia, não são poucos os que para lá foram por opção e arrasam com o que o estado lhes oferece.

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