terça-feira, 5 de novembro de 2013

PRESÍDIO CENTRAL TERÁ GALERIA PARA ESTRANGEIROS DURANTE A COPA



ZERO HORA 05 de novembro de 2013 | N° 17605

JOSÉ LUÍS COSTA

DURANTE A COPA

Central terá galeria para estrangeiros. 
Iniciativa surgiu após desativação de setor devido a rixa entre facções.


Que hooligans (ingleses), ultras (italianos), barra bravas (argentinos) e outras facções de torcidas violentas não se metam em confusão com a polícia no Rio Grande do Sul durante a Copa do Mundo. Estão em fase final as obras de melhorias da primeira galeria do pavilhão A do Presídio Central de Porto Alegre para abrigar, exclusivamente, baderneiros estrangeiros.

A galeria tem 32 celas, cada uma com uma cama de concreto, pia, vaso sanitário e chuveiro. A ideia de reservar o espaço para a eventuais presos durante a Copa surgiu após a Vara de Execuções Criminais (VEC) da Capital determinar a desativação da galeria por causa de confusões entre facções. A iniciativa não foi espelhada em modelos de outros locais.

Desde janeiro, o lugar está em reforma com material adquirido com recursos da Superintendência dos Serviços Penitenciários e aproveitando equipes de presos para a mão de obra. Hoje, falta apenas a instalação da rede elétrica. Os futuros detentos não terão contato físico com os outros presos. Mas os enxergarão via pátio e janelas.

– Com a proximidade da Copa, e por ser um evento extraordinário para Porto Alegre, pensamos em um espaço específico para turistas. Não vamos permitir que estrangeiros tenham contato com o sistema prisional local – afirma o juiz da VEC, Sidinei Brzuska, fiscal dos presídios na Região Metropolitana.

Conforme o magistrado, dependendo do caso, turistas de outros Estados poderão também ser recolhidos na mesma ala. Após o Mundial, o espaço será destinado para apenados cadeirantes e idosos – atualmente, espalhados por outros pavilhões e com dificuldades de locomoção por causa das escadarias.

A primeira galeria do pavilhão A é uma das únicas do Central situada no térreo, e a reforma já prevê facilidades de acesso. Além disso, existe um projeto de estender para o local o programa de tratamento para apenados por drogas, que já funciona na primeira galeria do pavilhão E. Se isso se confirmar, as celas ganharão mais camas, dobrando a capacidade para 64 presos.

Há cinco anos, a primeira galeria do pavilhão A quase virou ala para visitas íntimas (a proposta não vingou) e já foi ocupada por presos trabalhadores e transexuais. Fica junto ao corredor principal, no “coração” da cadeia, exatamente entre os demais pavilhões. Por causa da posição geográfica, por muito tempo foi disputada por facções que tentam cooptar presos para repassar drogas, celulares e armas artesanais para outras galerias.


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