Advogada renuncia à defesa de Papagaio. Foragido desde abril, assaltante é suspeito de ter retomado as atividades ilícitas - Correio do Povo - 09/08/2011 04:48
Foragido do sistema penitenciário gaúcho desde 15 de abril, o assaltante de bancos e carros-fortes Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, está sem defensor.
Após quase 12 anos de serviços prestados ao criminoso, a advogada Maria Helena Viegas decidiu não mais defendê-lo nos processos que tramitam em Novo Hamburgo e nas cidades de Urussanga, Içara e Tubarão (SC).
Segundo o titular da Delegacia de Roubo a Bancos do Deic, delegado Juliano Ferreira, ele é suspeito de ter retomado as atividades ilícitas. Ferreira destacou que Papagaio "é sempre suspeito dos grandes assaltos". "Tenho recebido informações que contribuem para essa suspeita", frisou. Papagaio inclusive teria sido visto, recentemente, fazendo levantamento de uma agência bancária no Interior. "Todos os relatos que recebemos estão sendo checados", disse.
A advogada acredita que Papagaio ainda não tenha conhecimento da renúncia dela, formalizada em todos os processos.
"Trabalhei tantos anos para ele que julguei que estivesse ressocializado e disposto à reinserção social", disse Maria Helena.
A advogada avaliou que a situação de Papagaio está bastante complicada, pois quem fugiu cinco vezes perde a credibilidade com o Judiciário.
"Quando ele for recapturado, terá de reiniciar a contagem de tempo para um dia voltar a pleitear a troca do regime fechado para o semiaberto", observou. Segundo ela, os quase 13 anos de pena já cumpridos - do total de 50 anos e cinco meses - de nada valem para requisitar novos benefícios. Para reivindicar a progressão de regime, Papagaio terá de cumprir mais nove anos.A advogada acrescentou que a situação do apenado se complica a cada dia que permanece foragido. "Sob o ponto de vista da assistência jurídica, ele está entregue à própria sorte", assinalou.
Maria Helena lembrou que a última concessão de benefício ao cliente foi resultado de dois anos de trabalho.
"Depois disso será difícil argumentar que o detento está disposto a trabalhar e reconquistar a liberdade", destacou.
Segundo ela, Papagaio recebeu várias chances do Judiciário e não soube aproveitá-las.
Ela admitiu que, se ele tivesse retornado ao sistema prisional espontaneamente, não o teria abandonado. Ainda aguardando outros julgamentos, Papagaio tem a cumprir 35 anos e 2 meses de prisão.
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