quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DESCONTROLE - Operação tenta barrar entrada de celulares, armas e drogas

Operação tenta barrar entrada de celulares, armas e drogas no Complexo de Charqueadas
Pelo menos duas pessoas, entre elas um PM, foram presas. Mulheres recebem até R$ 150 para levar materiais para presos
- Cid Martins , Zero Hora Online, 11/08/2010, Atualizada às 10h05min

Cerca de 50 policiais civis da Região Metropolitana e agentes da Serviço de Inteligência da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) fazem na manhã de hoje operação nas proximidades do complexo penitenciário de Charqueadas. Os alvos dos oito mandados de busca e apreensão são bares, restaurantes e casas usadas por parentes de presos para acondicionar produtos que serão levados ao interior dos presídios.

Hoje é dia de visitas. Os policiais já apreenderam um revólver calibre 38, drogas e pelo menos oito celulares. Duas pessoas foram detidas, entre elas um policial militar. A arma apreendida pertencia a uma pessoa que já morreu e era portada pelo PM, que estava de folga em um bar.

No momento que chegou o comboio com os policiais, por volta das 7h, pessoas que estavam nos locais fugiram deixando sacolas com drogas. Conforme a investigação, mulheres colocam drogas e celulares dentro de preservativos e os inserem nos órgãos genitais para ingressar nos presídios durante visitas. Algumas delas chegam a receber até R$ 150 pela tarefa.

O delegado do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) Luiz Fernando Martins Oliveira explica que a operação "Tio Patinhas" é resultado de investigação que começou há cerca de dois meses.

O balanço parcial da ação será divulgado ainda na manhã de hoje, em coletiva no Denarc. O complexo de Charqueadas possui seis presídios — Instituto Penal Escola Profissionalizante de Charqueadas (IPEP), Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC), Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), Penitenciária Modulada e Colônia Penal Agrícola.

São mais de 5 mil presos que recebem cerca de 3 mil pessoas em dias de visita — quartas, quintas, sábados e domingos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA
- Mais uma operação midiática, superficial e inoperante para coibir a entrada de armas, celulares e drogas para dentro dos presídios. Falta leis mais rigorosas, um código de disciplina e um código de postura onde as visitas ocorrem num salão especial e os presos é que são revistados. Os presos entram para estes ambientes com um roupa específica após trocada assim que passar o interior de suas galerias. É muito mais fácil revistar o preso do que a visita. Porém, hoje a maioria dos presídios não possuem um local específico, as revistas são por amostragem e as visitas são permitida até nas celas nos presidiários. Assim, não há como evitar a entrada de objetos, armas e drogas.

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