terça-feira, 19 de agosto de 2014

DIRETOR E CHEFE DE SEGURANÇA DE PRESÍDIO SÃO DENUNCIADOS POR MORTE DE PRESO

DIÁRIO GAÚCHO 18/08/2014 | 19h28

Diretor e chefe de segurança de presídio de Taquara são denunciados por homicídio. Agentes teriam deixado preso doente encarcerado, levando-o para o hospital apenas quando ele estava em estado terminal




Investigações mostram que presos pagavam aos agentes para ficar no presídioFoto: Divulgação / Ministério Público


Presos por suspeita de corrupção, o diretor do presídio de Taquara, Evandro Oliveira Teixeira, e o chefe de segurança da casa prisional, Marcelo Alexandre Ribeiro Carvalho, foram denunciados por homicídio pelo Ministério Público. A denúncia tem relação à morte do detento Alípio Steffens, 66 anos, em novembro de 2013.


Conforme o promotor Leonardo Giardin de Souza, mesmo após a indicação médica de que ele deveria ser internado em virtude de diversas complicações pós-cirúrgicas, Teixeira e Carvalho não tomaram providências, sendo responsáveis pela morte do detento.

Steffens foi mantido encarcerado e conduzido ao Hospital Bom Jesus, em Taquara, apenas quando estava em estado terminal. As causas da morte foram insuficiências cardíaca e cardiorrespiratória, pneumonia, edema generalizado e neoplasia maligna da pele.

Os agentes foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido), com três agravantes: violação de dever inerente ao cargo, contra pessoa maior de 60 anos e quando o ofendido estava sob sua imediata proteção.

Segundo o MP, escutas telefônicas comprovam o descaso de Teixeira e Carvalho com a vida do presidiário. Em uma delas, ao ligar para comunicar o falecimento de Steffens, Carvalho simula estar chorando e afirma em tom irônico a Teixeira “se nós não internamos agora de tarde nós tava 'pego' ”.

Teixeira e Carvalho estão presos temporariamente desde 18 de julho, quando foi deflagrada a Operação Pitágoras, do MP, que revelou um esquema de corrupção no presídio. De acordo com a investigação, para permanecer no local, alguns detentos tinham de pagar aos agentes. Caso contrário, eram encaminhados a outras casas prisionais. O diretor e o chefe de segurança são investigados por peculato e corrupção passiva.

Na mesma data da operação, foi determinada a intervenção no presídio pela Corregedoria da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

ZERO HORA


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