segunda-feira, 25 de agosto de 2014

CABEÇAS CORTADAS NO SUL MARAVILHA


ZERO HORA 25 de agosto de 2014 | N° 17902. SUA SEGURANÇA



HUMBERTO TREZZI



Para os que pensavam que cabeças cortadas em rebeliões prisionais eram grife exclusiva do Maranhão, bom prestar atenção ao noticiário. Agora foi na rica porção oeste do Paraná, em Cascavel, que as cabeças rolaram, em uma revolta comandada pela maior facção criminal do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O importante nisso tudo é desmentir certos mitos. Um deles, o de que o RS é o pior Estado em termos de sistema prisional. Nem de longe. O Presídio Central de Porto Alegre ganhou, em 2008, a alcunha de pior do país devido à superlotação, que continua. Mas não há nele e em nenhuma prisão gaúcha tradição de barbáries como as registradas em Pedrinhas (Maranhão) e, agora, em Cascavel. Rebeliões com mortes no RS são raras e há muito não ocorrem. Com cabeças arrancadas, não há notícia.

Outra vantagem do sistema prisional gaúcho é que, aqui, há mais de 30 anos não existem presos em delegacias. Nem provisórios, muito menos cumprindo pena. Já no Paraná são 9,2 mil apenados em delegacias, de um total de 31 mil presidiários naquele Estado. Se já não há funcionários para investigar, imagine como a Polícia Civil pode cuidar de preso... No Estado mais rico do país, São Paulo, 4,8 mil presos estão em delegacias ou similares, vigiados por policiais civis. Como se vê, os gaúchos não têm o pior modelo carcerário do país, nem o mais violento. É ruim, como ruim é o sistema no país.

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