quarta-feira, 4 de julho de 2012

MULHER USAVAS CRECHE PARA ESTOCAR DROGAS PARA PRESÍDIO

CORREIO DO POVO, 04/07/2012

Mulher usava creche para estocar drogas

Entorpecentes abasteceriam facção criminosa do Presídio Central

 Crack e maconha foram encontrados no local<br /><b>Crédito: </b>  vinícius roratto
Crack e maconha foram encontrados no local
Crédito: vinícius roratto 
  

O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) descobriu um esquema de remessa de drogas para os integrantes da facção Os Manos que cumprem pena no Presídio Central, em Porto Alegre. Na manhã de ontem, a equipe do delegado Mário Souza, da 1 Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1 DIN), do Denarc, prendeu uma mulher, 42 anos, apontada como a responsável por distribuir a droga às mulas que faziam a entrega aos presos nos dias de visita. Para burlar a vigilância, as mulas, que, em geral, eram mulheres, escondiam os entorpecentes, nos órgãos genitais.

A suspeita foi presa quando saía de sua casa, onde também funciona uma creche, no bairro Mario Quintana, e iria até o Central. Pelo menos sete crianças da comunidade estavam na creche. No local, os policiais apreenderam 2 quilos de maconha e 780 gramas de crack, suficientes para produzir aproximadamente 8 mil pedras do entorpecente. Houve o recolhimento de um celular e de envelopes pardos e de depósito bancário. "A droga apreendida representa uma única remessa ao Presídio Central", observou o delegado.

Durante três meses, o esquema foi mapeado pelos agentes da 1 DIN do Denarc. Após chegar no entorno do Presídio Central, a mulher se encontrava em um ponto com as mulheres que transportariam a droga. Todas tinham parentes cumprindo pena e o esquema tinha mais de 15 integrantes.

Elas recebiam as drogas dentro de envelopes pardos e depois as colocavam dentro dos órgãos genitais, passando pela triagem do presídio, cuja revista é feita por amostragem. Ao delegado Mário Souza, a mulher contou que, mesmo em caso de revista, a droga não era descoberta devido ao modo como ficava escondida.

Segundo a Polícia, os presos recebiam as drogas e, antes do pagamento em dinheiro, enviavam uma foto da droga via celular para a mulher, confirmando o negócio. O dinheiro era posto no envelope de depósito bancário. No lado de fora do presídio, elas recebiam então R$ 100,00 pelo serviço, e o restante ficava com a mulher, que tem marido e filho cumprindo pena no estabelecimento penal. "O companheiro dela é um dos líderes dos Bala na Cara", disse o delegado Mário Souza, acrescentando que as remessas eram enviadas a cada dois dias aos detentos.

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