quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

TECNOLOGIA DO CRIME - 505 APARELHOS RETIDOS POR MÊS.

A chaga da presença de celulares nas prisões do Rio Grande do Sul atormenta as autoridades, que ainda tentam encontrar soluções para barrar a entrada desenfreada dos aparelhos. ZERO HORA, 24/02/2011

A média de apreensões de aparelhos ano passado, de 505 telefones e chips mensalmente, representa apenas uma pequena fatia do real número de equipamentos que costumam circular entre os presos de uma cadeia.

Para o juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais (VEC) do complexo Porto Alegre-Charqueadas, o ponto fundamental é impedir que qualquer modelo de telefone entre nas prisões.

De acordo com o juiz Brzuska, são necessários investimentos pesados e uma ação ampla do poder público para resolver o problema dos presídios.

– Em uma apreensão em novembro passado no albergue Pio Buck, em Porto Alegre, os presos tinham notebook e PlayStation. Se o Estado permite que entre isso, que dirá celular. Que eu saiba, continuam ocorrendo apreensões, mas não existem mecanismos eficientes para impedir que os presos tenham acesso a esses equipamentos – afirma o magistrado.

Pouco menos de dois meses à frente da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Gelson Treiesleben aposta no reforço nas ações de fiscalização.

Aposta em bloqueadores

Nas últimas semanas, o órgão executou megaoperações surpresas, com mais de 90 agentes e o reforço de centenas de policiais militares em duas casas prisionais (Pio Buck, na Capital e no Instituto Penal de Mariante, em Venâncio Aires). Conseguiu apreender 180 celulares, além de dezenas de chips, baterias e carregadores.

– Constatamos que o controle não estava sendo eficiente e estamos mudando isso – aponta.

Treiesleben adianta que a Susepe deverá voltar a apostar nos bloqueadores de sinais, apesar das tecnologias disponíveis ainda não serem confiáveis.

– Vamos estudar as propostas, buscar alternativas que possam ser eficientes. Muitos equipamentos se tornam obsoletos em poucos meses ou não conseguem cercar as áreas corretas. Além disso, vamos começar o processo para adquirir os Raio X e detectores de metais – revela o superintendente.

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