ZERO HORA 31/12/2014 e 01/01/2015 | N° 18029
JOSÉ LUÍS COSTA
PRESÍDIO CENTRAL. FLAGRANTE DE DESCONTROLE
Futuro secretário quer remodelação na Susepe
Na primeira manifestação pública, em 16 de dezembro, Wantuir Jacini, secretário da Segurança Pública que assume o cargo neste 1º de janeiro, destacou que pretender acabar com ingresso e uso de celulares nas cadeias do Rio Grande do Sul. Na terça-feira, apesar de evitar falar sobre a divulgação de um vídeo no qual presos aparecem cheirando cocaína dentro do Presídio Central, Jacini revelou um plano para o fortalecimento do setor de inteligência da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
O serviço terá uma nova configuração com a participação de agentes penitenciários, de um delegado da Polícia Civil, de um coronel da Brigada Militar e, ainda, de um representante do Ministério Público, que será convidado. Os nomes estão em estudo.
A missão do grupo será a de investigar crimes a partir de dentro das cadeias, que são o ponto de partida de ordens para sequestros, tráfico de drogas e assassinatos do crime organizado.
A proposta é a de que as autoridades tragam para o grupo informações reunidas em cada corporação, que serão agregadas a dados coletados sobre facções criminosas. Uma das ideias é intensificar as revistas e, à medida que celulares e chips forem apreendidos nas penitenciárias, solicitar a quebra do sigilo para conhecer suas ramificações.
Até a última terça-feira, Jacini não tinha anunciado o nome do superintendente da Susepe. Depois de especulações de que seria alguém de fora do quadro da superintendência, há sinais de que o preferido pertence à corporação.
Sobre a presença da Brigada Militar administrando o Presídio Central e a Penitenciária Estadual do Jacuí – fato que Jacini desconhecia –, o futuro secretário disse que discutirá o caso com o Piratini, pois depende de contratação de mais agentes para retirar os quase mil PMs das duas cadeias.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mais um órgão, mais um setor investigativo, além do MP, da Polícia Civil e da Brigada Militar. É o retrato da forte e intensiva gestão política da segurança pública. A SSP deveria se limitar às questões políticas deixando as questões técnicas aos órgãos especializados. Que se crie a guarda penitenciária do RS e dê a ela todas condições ostensivas, periciais e investigativas no setor. Mas não, os interesses políticos são maiores que a economia e eficiência.
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