ZERO HORA 13/12/2014 | 10h00
Sob investigação. Câmara de Vereadores de Porto Alegre teria usado alimentos e bebidas do Presídio Central para coquetel; BM apura suspeita de que suprimentos da cadeia teriam abastecido evento de lançamento do Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos, na última terça-feira
por Adriana Irion
Evento foi promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA/Divulgação
A Brigada Militar (BM) está apurando suspeita de que alimentos e bebidas do Presídio Central de Porto Alegre teriam sido usados para abastecer um coquetel oferecido na Câmara de Vereadores na última terça-feira. O evento, promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), marcou o lançamento do 1º Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos.
Zero Hora recebeu documento com o teor da denúncia sobre o suposto desvio de alimentos. A carta também foi enviada para a Corregedoria-geral da BM. Na quinta-feira, depois de diligências preliminares, o comando-geral da BM determinou abertura de Inquérito-policial Militar (IPM) para apurar possíveis irregularidades.
– Dois policiais militares foram ouvidos e confirmaram o teor da denúncia. Pelos depoimentos se observa que há coisa mal-explicada, a ser apurada – afirmou o subcomandante-geral da BM, coronel Alfeu Freitas.
Um dos PMs ouvidos, que trabalha junto à administração do presídio, teria confirmado que usou uma viatura oficial em horário de expediente para levar salgadinhos e bebidas para a Câmara. Segundo o relato, a ordem para o serviço teria sido dada pelo diretor do presídio, major Dagoberto Albuquerque.
– Nós gerenciamos recursos da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) e não fazemos nada que não seja autorizado pela Susepe. Eu não posso me pronunciar sobre isso porque está sendo investigado pela Corregedoria – explicou o major.
ZH pediu informações à Susepe sobre se houve autorização para o serviço. Fernanda Bassani, psicóloga da Susepe que atua como coordenadora técnica da Cedecondh, na Câmara, afirmou se tratar de uma parceria com o presídio:
– Três projetos desenvolvidos no Central foram premiados no dia do evento. Como o presídio teve há pouco tempo um curso de culinária do Pronatec, combinamos com a Casa que pagaríamos a matéria-prima e os apenados fariam o coquetel para o pessoal do seminário.
Fernanda enviou a ZH um ofício assinado pelo vereador Alberto Kopittke (PT), presidente da comissão, que trata da parceria e da proposta de a Cedecondh custear o valor da matéria-prima em R$ 350.
– A gente buscou mostrar todo um outro lado do trabalho do Presídio Central, de construção de cidadania, e tivemos essa parceria ao longo do ano. Em relação especificamente sobre os salgadinhos, reitero o que a Fernanda explicou – disse Kopittke.
Sob investigação. Câmara de Vereadores de Porto Alegre teria usado alimentos e bebidas do Presídio Central para coquetel; BM apura suspeita de que suprimentos da cadeia teriam abastecido evento de lançamento do Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos, na última terça-feira
por Adriana Irion
Evento foi promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA/Divulgação
A Brigada Militar (BM) está apurando suspeita de que alimentos e bebidas do Presídio Central de Porto Alegre teriam sido usados para abastecer um coquetel oferecido na Câmara de Vereadores na última terça-feira. O evento, promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), marcou o lançamento do 1º Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos.
Zero Hora recebeu documento com o teor da denúncia sobre o suposto desvio de alimentos. A carta também foi enviada para a Corregedoria-geral da BM. Na quinta-feira, depois de diligências preliminares, o comando-geral da BM determinou abertura de Inquérito-policial Militar (IPM) para apurar possíveis irregularidades.
– Dois policiais militares foram ouvidos e confirmaram o teor da denúncia. Pelos depoimentos se observa que há coisa mal-explicada, a ser apurada – afirmou o subcomandante-geral da BM, coronel Alfeu Freitas.
Um dos PMs ouvidos, que trabalha junto à administração do presídio, teria confirmado que usou uma viatura oficial em horário de expediente para levar salgadinhos e bebidas para a Câmara. Segundo o relato, a ordem para o serviço teria sido dada pelo diretor do presídio, major Dagoberto Albuquerque.
– Nós gerenciamos recursos da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) e não fazemos nada que não seja autorizado pela Susepe. Eu não posso me pronunciar sobre isso porque está sendo investigado pela Corregedoria – explicou o major.
ZH pediu informações à Susepe sobre se houve autorização para o serviço. Fernanda Bassani, psicóloga da Susepe que atua como coordenadora técnica da Cedecondh, na Câmara, afirmou se tratar de uma parceria com o presídio:
– Três projetos desenvolvidos no Central foram premiados no dia do evento. Como o presídio teve há pouco tempo um curso de culinária do Pronatec, combinamos com a Casa que pagaríamos a matéria-prima e os apenados fariam o coquetel para o pessoal do seminário.
Fernanda enviou a ZH um ofício assinado pelo vereador Alberto Kopittke (PT), presidente da comissão, que trata da parceria e da proposta de a Cedecondh custear o valor da matéria-prima em R$ 350.
– A gente buscou mostrar todo um outro lado do trabalho do Presídio Central, de construção de cidadania, e tivemos essa parceria ao longo do ano. Em relação especificamente sobre os salgadinhos, reitero o que a Fernanda explicou – disse Kopittke.
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