CHEFE DO TRÁFICO. Paulão depõe no Fórum sob forte aparato policial - Mariana Mondini - Diário Gaúcho e Zero Hora, 06/07/2010.
Já condenado por um tentativa de homicídio e apontado como um dos maiores traficantes da Capital, Paulo Ricardo Santos da Silva, o Paulão, pode ser sentenciado agora por chefiar uma das maiores quadrilha do Estado. Ontem, ele depôs no Fórum Central sob forte aparato policial.
A escolta do criminoso da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) até Porto Alegre contou com agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (BOE).
– Em 60 ou 90 dias deve sair a sentença. Acreditamos que existam provas suficientes para a condenação dele – explicou o promotor Ricardo Herbstrith, que investigou a quadrilha.
Paulão e três comparsas foram ouvidos durante 90 minutos na 7ª Vara Criminal. O traficante negou envolvimento com a venda de drogas. Afirmou ser vítima de uma perseguição após se desentender com um PM. Para o promotor, não há dúvidas de que a maioria dos 27 réus no processo seja condenada. Alguns devem receber a sentença em menos de 30 dias.
– Como Paulão estava foragido, o processo foi dividido e andou mais rápido para os demais réus, que já foram ouvidos – explicou Herbstrith.
Paulão responde a processo por associação para o tráfico e está sujeito a pena de três a 10 anos de reclusão.
Quem é Paulão - Paulo Ricardo Santos da Silva, 51 anos, é apontado pelas polícias e pelo Ministério Público como um dos principais traficantes da Capital. Ele chefiava a venda de drogas na Vila Maria da Conceição, bairro Partenon.O líder do tráfico estava foragido havia 18 meses quando foi preso em 11 de março, por crimes de tráfico e homicídio, pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) em Copacabana, no Rio de Janeiro. Paulão e três comparsas foram ouvidos por 90 minutos na Justiça.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Todo esta insegurança e aparato policial para deslocar um perigoso bandido para uma audiência no Judiciário poderia ser evitado se houvesse o deslocamento da comitiva da justiça ao complexo prisional. É o que ocorre nos EUA, por exemplo. Lá existem dentro dos complexos prisionais salas especiais e preparadas para audiência judicial, justamente para evitar a mobilização de agentes para uma simples audiência. Por que não fazem isto no Brasil? Será que a justiça tem algum temor? Para o cidadão que paga estes custos é bem mais em conta pagar o deslocamento da comitiva judicial do que mobilizar grandes efetivos policiais e temer por ações de resgate.
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