CORREIO DO POVO, 13/09/2012
Bandido fugiu do semiaberto em abril
Foragido da Colônia Penal Agrícola de Venâncio Aires desde 25 de abril deste ano, Da Nota fez parte da quadrilha do assaltante de carro-forte Seco, que está recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). O criminoso havia passado para o regime semiaberto oito dias antes da fuga. Ele estava na Pasc desde que foi preso com dois cúmplices, em 18 de fevereiro de 2004, após confronto com policiais, em um sítio, em Caraá. Na ocasião, Seco conseguiu escapar. Conforme a Polícia Federal, Da Nota é condenado a mais de 60 anos de prisão.
No período em que atuou com Seco, o criminoso foi apontado como envolvido, por exemplo, no assalto a um carro-forte na BR 116, em janeiro de 2004, e no plano de dinamitar uma ponte na RSC 287, em Candelária, roubar um carro-forte. O ataque ao pedágio da BR 386, em Marques de Souza, teria a participação dele.
Os mais recentes ataques com explosivos ocorreram nas agências do Banco do Brasil em São Francisco de Paula; Torres; Picada Café, Tio Hugo; e Nova Bassano. Nem todos, porém, teriam sido cometidos pela quadrilha de Da Nota, que pode ter mantido contato com outros grupos. O uso de vítimas como escudos humanos tem sido uma das características dessas ações. Da Nota seria o planejador e coordenador operacional desses ataques.
Preso líder do bando dos explosivos
Criminoso foi detido em Gravataí, em operação da Polícia Federal e da BM
Crédito: arthur puls
O principal suspeito de liderar os recentes ataques a caixas eletrônicos com explosivos foi capturado no início da manhã de ontem em operação conjunta do 17 BPM e da Polícia Federal (PF), em Gravataí. Trata-se do foragido conhecido como Da Nota, 33 anos, que foi preso quando se preparava para sair, em uma Hyundai Tucson, de uma casa na travessa Marino, na parada 79 da ERS 020, no bairro Itacolomi.
O homem tentou ainda fugir pelo pátio da casa, mas foi contido. Na moradia foram apreendidos um colete balístico, uma pistola 9 milímetros, munição, radiocomunicador, dinheiro, celulares, chips, documentos falsos, um notebook e material reservado de uma empresa de transporte de valores com as rotas de carros-fortes na Serra, no Litoral Norte e na região Metropolitana.
O comandante do 17 BPM, major Vanderlei Mayer Padilha, destacou que o setor de inteligência do batalhão, junto com policiais federais, monitorava havia uma semana a moradia, onde o criminoso estava residindo nos últimos três meses. Para a ação deflagrada ontem foi mobilizado o POE do 17 BPM. "Acredito que tenhamos conseguido iniciar uma sucessão de prisões para cessar os ataques a bancos nos últimos meses", observou o oficial.
O cruzamento de informações entre BM e Polícia Federal ocorreu porque a PF investigava o ataque, com explosivos, à agência da Caixa, na madrugada de 31 de julho, em Feliz. Em Caxias do Sul, onde comanda a PF na Serra, o delegado Noerci da Silva Mello destacou a integração com a BM. Ele confirmou a suspeita sobre Da Nota no envolvimento aos recentes ataques.
Na Capital, o responsável pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF no RS, delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes, acredita que a captura de Da Nota é um marco. "Temos convicção que irá diminuir este tipo de crime. Capturamos um dos grandes articuladores desta organização criminosa que pratica este delito. Está mais que na hora de acabar com este crime que tem causado tamanho transtorno à sociedade gaúcha", declarou, acrescentando que foi dado um passo importante para acabar, "em um curto espaço de tempo", com os ataques. A prisão de outros integrantes da quadrilha é a próxima etapa. Da Nota foi encaminhado à Superintendência Regional da PF na Capital.
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