sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MOTIM EM PENITENCIÁRIA FEMININA DE PORTO ALEGRE


CINCO HORAS DE REVOLTA - LETÍCIA BARBIERI, ZERO HORA 25/11/2011

Gritos de protesto, pedidos de socorro e chamas emergiam, no começo da tarde de ontem, da Ala E, da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, na Capital. Foram cinco horas de motim depois que agentes flagraram uma sacola sendo içada com drogas e celulares para dentro de uma cela do terceiro pavimento.

Com o flagrante, foi suspenso o atendimento a familiares no dia reservado para entregas de sacolas com alimentos e produtos de higiene para as presas: o estopim para a rebelião. Revoltadas, as presas incendiaram colchões e iniciaram um motim que se estendeu das 13h30min às 18h30min. Nove mulheres foram identificadas como as líderes do grupo de 82 presas naquela galeria.

– Vai descer um monte para o castigo! – gritavam elas para familiares que aguardavam por notícias atrás dos cordões de isolamento.

Eram 16h30min, e reforços policiais continuavam a chegar para dar suporte às negociações. O processo já envolvia bombeiros, policiais militares, civis e integrantes do Grupo de Operações Especiais da Susepe.

Presas reclamaram das remoções para Guaíba

Representantes dos Direitos Humanos, da Vara de Execuções Criminais e do Ministério Público foram chamados para reunir argumentos que fizessem as mulheres se acalmar. A missão era fazer as nove líderes descerem para as celas isoladas. Era o castigo da qual falavam: o procedimento administrativo disciplinar.

Às 18h30min, a última presa concordou em sair. As nove vão passar 10 dias nas celas individuais até que a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) apure as responsabilidades.

– Elas não queriam ser isoladas, mas é isso que prevê o regulamento. Procuramos resolver tudo com diálogo. Não adianta a truculência – resumiu o superintendente-adjunto da Susepe, Mário Pelz.

Em meio às negativas para descer para o isolamento, as presas colocaram em pauta a rejeição às transferências que vêm sendo feitas para a nova casa de detenção inaugurada no começo do ano, em Guaíba. Com 450 novas vagas, a Penitenciária Feminina de Guaíba é a oportunidade de desafogar a estrutura do Madre Pelletier, superlotada com 332 detentas num local com capacidade para 239.

– O assunto não eram as transferências, mas nesses momentos surgem todos os tipos de reclamações, o que é normal em um sistema prisional – avaliou o promotor de Justiça Gilmar Bortolotto.

O superintendente-adjunto da Susepe, Mário Pelz, frisou que as transferências serão feitas respeitando critérios de separar primárias de reincidentes, condenadas de presas provisórias, considerando onde moram as famílias delas também.

Um comentário:

morena rosa disse...

estive privada da minha liberdade e sei exatamente oque aconteceu naquele dia hj estou em prisao domiciliar os presidios femininos sao torturantes psicologicamente falando e se acontece um motin e porque se torna nescessario para chamar a atençao das autoridades pena que normalmente nao adianta nada so acaba piorando a situaçao das presas