quarta-feira, 6 de abril de 2011

SUSEPE SUSPENDE, MAS JUSTIÇA DETERMINA RETORNO DE PRESO AO TRABALHO

Justiça determina que Papagaio volte ao trabalho. Empresário que emprega o assaltante foi notificado para observar as normas de contrato - CORREIO DO POVO, 06/04/2011

A Justiça determinou que o assaltante de carros-fortes Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, volte ao trabalho em uma empresa exportadora de telhas e cerâmicas, de Bom Princípio. O preso do regime semiaberto do Presídio Estadual de Montenegro estava impedido de exercer atividades profissionais desde que foi suspenso pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), em 25 de fevereiro. Na ocasião, agentes inspecionaram o local e não o encontraram.

Papagaio justificou a ausência alegando que teria ido a uma escola de Montenegro na tentativa de obter vaga para retomar os estudos. A juíza do Mutirão Carcerário do Fórum de Novo Hamburgo, Traudi Grabin, que restabeleceu o trabalho externo junto à empresa Cláudio Vogel nesta manhã, aguarda a remessa do procedimento administrativo disciplinar do preso. Segundo ela, a decisão de hoje não inviabiliza as conclusões do trabalho investigativo da Susepe. Traudi determinou intimação do empresário Cláudio Vogel e a cientificação de Papaguaio para que observem as normas do contrato.

O preso não poderá se ausentar do trabalho, como havia ocorrido e deverá comunicar, em juízo, qualquer alteração do local ou das condições do trabalho. Condenado a 36 anos e 11 meses de prisão por assaltos a bancos e carros-fortes, ele cumpriu quase 13 anos da pena. Se continuar trabalhando, ainda em 2011, poderá requerer regime aberto.

Quando foi contratado, em setembro de 2010, Papagaio concedeu uma entrevista ao Correio do Povo e disse queria se livrar do estigma de criminoso fujão. “Não vou decepcionar os gaúchos. Não vou decepcionar o Judiciário. Não vou decepcionar o empresário Cláudio Vogel, meu futuro patrão”, havia prometido.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sou defensor da Justiça e do Poder Executivo abrirem oportunidade de trabalho aos presos. Inclusive defendo o trabalho obrigatório na execução penal, devendo o Estado manter oficinas de trabalho em todos os presídios, e em todos os municípios criar Centros Técnicos de Reabilitação com oficinas de trabalho amparado pelo mercado local. Para o trabalho externo, como o conferido para o Adriano, o Estado deveria contar com um Departamento de Controle e Monitoramento de benefícios penais, estabelecendo penas rigorosas para os presos que não seguirem a assiduidade e as normas de conduta estabelecidas.

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