sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DESCONTROLE - Susepe RS registra primeira fuga com tornozeleira

PRISÃO VIRTUAL. Susepe registra primeira fuga com tornozeleira. Detento havia pedido autorização para trabalhar em transportadora, mas não esperou pela licença - CID MARTINS E JULIANO RODRIGUES, Zero Hora, 05/11/2010


Um detento do regime aberto de Taquara, no Vale do Paranhana, é considerado o primeiro foragido com tornozeleira eletrônica pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). O sinal do aparelho chegou a ser detectado em São Paulo.

Segundo o superintendente substituto Afonso Auler, o preso pediu à Justiça autorização para trabalhar em uma transportadora, mas não esperou a licença e se apresentou na empresa. Desde então, a Susepe aguarda pelo retorno dele. Como isso não ocorreu, está sendo considerado foragido. O equipamento ainda é carregado – razão pela qual a superintendência ainda acompanha o apenado.

– Eu acho que daqui a pouco ele está de volta. Se quisesse fugir teria tirado a tornozeleira e saberíamos disso pelo sinal emitido, que seria diferente. Acho que ele se apressou – acredita Auler.

Conforme ele, se o apenado se reapresentar, a manutenção dele no programa será reavaliada. Apesar do desaparecimento, ele ainda tem chances de continuar usando o dispositivo, isso se comprovar que não agiu de má fé.

Até agora, houve pelo menos quatro ocorrências envolvendo presos do regime aberto monitorados por tornozeleiras no Rio Grande do Sul. Ao todo, 141 apenados são monitorados pelos equipamentos. A Susepe começou a usar o equipamento há mais de dois meses.

Santa Catarina também registrou problema semelhante. Desde sexta-feira, um preso monitorado por uma tornozeleira está foragido do Presídio Santa Augusta, de Criciúma. No dia em que deveria retornar à prisão, ele deixou terminar a bateria do equipamento e o rompeu. Ele cumpria pena por assalto no regime semiaberto e havia sido beneficiado com uma saída temporária. O Estado vizinho tem 28 aparelhos em teste. Mais 197 detentos devem participar do projeto, que segue até dezembro.

Outros incidentes. Com o sumiço do preso de Taquara, o Estado já registrou pelo menos quatro ocorrências envolvendo as tornozeleiras:

- 22 de setembro – Em Taquara, no Vale do Paranhana, um preso perdeu o direito de manter a tornozeleira após ser flagrado vendendo entorpecentes.

- 19 de outubro – Um homem de 38 anos, que cumpre pena por tráfico, foi flagrado na madrugada vendendo drogas na Rua Atílio Supertti, no bairro Vila Nova, em Canoas. Ele estava a 400 metros do local onde mora, na Rua Paulo Maciel. A Brigada Militar encontrou centenas de pedras de crack e meio quilo de cocaína. Ele tinha permissão para trabalhar como motoboy.

- 19 de outubro – Na Avenida São Pedro, no bairro São Geraldo, um jovem de 19 anos teria tentado atacar uma mulher que entregava panfletos. O rapaz foi surpreendido por pedestres, que teriam impedido a ação.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O monitoramento das tornozeleiras só funciona se o usuário for limitado a um curto espaço. De outra forma, o controle fica impossível.

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