sexta-feira, 24 de setembro de 2010

IMPUNIDADE - Homicida, assaltante e campeão em fugas, administra comércio no RS

A menos de um ano de ir para o regime aberto, Papagaio administra comércio em Novo Hamburgo - Cid Martins e Juliano Rodrigues. Casos de Polícia, Zero Hora, 23 de setembro de 2010

No regime semiaberto desde março deste ano, o assaltante de bancos Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, espera pela progressão ao regime aberto trabalhando como administrador de um comércio em Novo Hamburgo. Segundo os cálculos da advogada Maria Helena Viegas, ele já cumpriu 12 anos e seis meses no regime fechado de uma pena total de 36 anos e 11 meses. A questão é matemática.

No sistema semiaberto o preso cumpre um sexto do saldo restante da pena e que a cada três dias de trabalho diminui um da pena, Papagaio iria para o regime aberto, ou seja, dormindo em casa e se apresentando regularmente à Justiça, em um ano e quatro meses. Mais precisamente no dia 30 de novembro de 2011.

Liberdade condicional

Segundo os cálculos da advogada, após novembro do ano que vem Papagaio teria pouco mais de três anos para obter a condicional. No regime aberto, para crime hediondo, o preso tem de cumprir dois terços de toda a pena, que neste caso é de 36 anos e 11 meses. Ou seja, pouco mais de 24 anos. O assaltante cumpriu metade disso no fechado e no semiaberto.

Ministério Público quer o criminoso no regime fechado

O Ministério Público ingressou com agravo em execução no Tribunal de Justiça para que o assaltante de bancos retorne ao regime fechado. Isso ocorreu no dia 9 de setembro e no dia 15, após protocolo na Vara de Execuções Criminais da Capital. O documento foi para o TJ, onde depende de distribuição em uma Câmara. Desta vez, o fundamento da Promotoria é o histórico de fugas e os exames criminológicos terem sido realizados há mais de seis meses.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Apesar de serem condenados a pena máxima por seus crimes bárbaros, violarem as regras prisionais, fugirem da cadeia várias vezes, e aplicarem terror nas ações que praticam, bandidos perigosos continuam recebendo as benesses da lei e a tolerância da justiça. Cumprem apenas 1/6 da pena, vão para um regime sem controle e recebem privilégios, licenças e álibis para continuarem agindo, aterrorizando, matando e comandando suas quadrilhas e seus negócios ilícitos. O pior é que o Poder Judiciário, responsável pela aplicação coativa da lei, e o Poder Legislativo, legítimo representante do povo, são coniventes com estas leis e com esta impunidade. Nada fazem para mudar. Um poder atira a culpa no outro e os dois jogam a responsabilidade ao Poder Executivo e seus instrumentos policiais e prisionais.

Nenhum comentário: