quinta-feira, 11 de abril de 2013

O FIM DA REVISTA ÍNTIMA

ZERO HORA 11 de abril de 2013 | N° 17399

VISITA NAS CADEIAS

A publicação de uma portaria, nos próximos dias, deve mudar a realidade de milhares de visitantes de presídios do Rio Grande do Sul. A medida determina o fim das revistas íntimas para os visitantes, considerada constrangedora pelas mulheres, mães e irmãs de detentos.

Para a coordenadora penitenciária da mulher da Susepe, Maria José Diniz, a mudança é uma proposta do atual governo estadual, que quer mais respeito e dignidade nos presídios. Isso porque 90% dos visitantes das penitenciárias são mulheres. Só no Central, por mês, acontecem 22 mil visitas.

– Nós já vínhamos com essas propostas e vamos atender com essa medida todos os presídios gaúchos – explica Maria.

Para evitar a entrada de armas, celulares, drogas e outros objetos nas cadeias, a Susepe adquiriu scanners corporais e novos detectores de metais para substituir a revista íntima. Alguns equipamentos já foram instalados e devem começar a operar assim que a portaria for publicada.

Em 2000, a revista íntima deixou de ser feita nos presídios gaúchos e foi retomada em 2008.

CAROLINA ROCHA

Como é

- Todos os visitantes só podem entrar nos presídios após serem submetidos a revista pessoal e minuciosa. Para isso, deverão ficar somente em roupas íntimas e passar por detector de metais e por inspeção visual.

- A revista íntima acontece somente se necessário, caso haja suspeita de que o visitante esteja portando material ilícito (armas, drogas, celulares). Em local reservado, o visitante deverá retirar todas as roupas e passar, nu, pelo detector de metais e pela inspeção visual, sem contato físico.

- O responsável pela revista deverá ser do mesmo sexo do revistado. Se o agente solicitar, o visitante tem de fazer agachamentos, de frente e de costas.

- Menores de 18 anos também podem ser submetidos à revista íntima, mas acompanhados por seus responsáveis.

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