sexta-feira, 27 de maio de 2011

DETENTOS MARCADOS PARA MORRER

Detentos da Penitenciária de São Pedro de Alcântara estão marcados para morrer. Crime organizado teria criado uma lista com 50 nomes de detentos que seriam assassinados - Alessandra Toniazzo - DIARIO CATARINENSE, 27/05/2011

Pelo menos três perguntas intrigam quem investiga as onze mortes na Penitenciária de São Pedro de Alcântara só neste ano: Que ligação tem esses crimes? Elas foram ordenadas por alguém? Qual o perfil das vítimas?

A Polícia Civil e o Departamento de Administração Penal ainda engatinham nas investigações. Uma pista pode ser a temida lista com 50 nomes, supostamente criada pelo crime organizado mas nunca encontrada, deixa presos, seus familiares e até agentes prisionais assustados. A própria direção da cadeia transferiu, desde abril, após a quinta morte, 50 detentos. Todos teriam relatado ameaças de morte.

Depoimentos de dois presos que, dizendo-se marcados para morrer, foram transferidos, também reforçam a tese de que os assassinatos não são mero acaso. Teoria confirmada por familiares de dois dos detentos assassinatos. Eles garantem: os presos sabiam que estavam marcados para morrer. A maioria, por dívida de drogas. Ou um gesto de ameaça da facção criminosa, que estaria exigindo o retorno de 21 líderes, transferidos para longe de SC. Outra hipótese para a matança: uma reação ao anunciado e cumprido corte de regalias, como redução do número de televisões e mais rigor na entrada da comida que é levada por familiares dos presos.

Na primeira vez que teve acesso à parte interna da penitenciária, o Diário Catarinense dá detalhes da maneira como os assassinatos se repetem. E mostra também o local onde quase metade dos assassinatos aconteceu.

Autores na penumbra

O inquérito das mortes de Alessandro da Veiga, Fernando Ribeiro, Diógenes Vieira, Fernanda Pinheiro, Edson Onofre e Luiz Fernando de Souza, ainda não foram concluídos pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Carlos Passos, de São José, mesmo os concluídos estão sendo analisados para tentar descobrir se há relação entre os crimes.

— A investigação está apurando isso e qual seria a motivação dos registros. Pode ser uma facção, pode ser pontual ou uma forma de revolta — conta Passos.

O problema tem sido a dificuldade na identificação da autoria. Para o delegado, não há como saber se existe, ou não, a relação sem esta definição.

— No homicídio de Luiz Fernando, por exemplo, três presos foram trazidos à delegacia para assumir o crime, mas nenhum foi o autor. Eles não assumiram. Tinham 67 presos no pátio naquele dia. Queremos ouvir todos. A cortina do teatro da penitenciária são os muros e as notícias que sabemos aqui fora. O que queremos descobrir é o que acontece lá dentro.

O diretor da penitenciária, Carlos Alves, diz saber da existência de lideranças nos pavilhões. Estes homens, segundo eles, têm ligação com as mortes dentro da cadeia, e foram isolados. Ele percebe ligação entre os assassinatos. Mesmo que seja a rebeldia pela redução das regalias.

Não vamos dar todas as regalias que eles querem. Então, eles estão se rebelando.

Deap nega que haja líderes

Para o diretor do Deap, Adércio Velter, as mortes não estão ligadas. Ele afirma que, para o setor de inteligência da unidade de São Pedro e do Deap, apenas três mortes estão sendo ainda investigadas, seis foram concluídas e duas foram naturais. Ele defende que não existe nenhuma relação entre os crimes.

— Temos certeza que não existem lideranças que mandam matar. É apenas um acerto de contas entre inimigos que se encontram lá dentro. Estamos acabando com regalias, como o uso de cigarro, troca de compras. Reduzimos a entrada de alimentos e o tempo de visita. O que causou insatisfação, claro, mas não tem nada a ver com as mortes — garante.

As medidas são parte um novo sistema de comando da penitenciária, segundo o diretor. Ele acredita que os presos se aproveitaram desse processo para tentar desequilibrar o sistema penal.

A escada da morte

O grito de ordem para a cena começar ecoa no pátio durante o banho de sol. A frase "reunião da massa" em voz alta sai de um dos cantos do pátio. Rapidamente uma aglomeração de presos esconde a brutalidade que está por vir. É uma sentença de morte cumprida.

Dos seis assassinatos que tiverem como arma o estoque, quatro aconteceram no mesmo lugar: embaixo das escadas do pátio, onde o sistema de câmeras não chega. É um canto escuro, que, quando cercado por presos em forma de barreira humana, impede a identificação dos autores e até mesmo da vítima.

A secretaria diz ter reagido

— Aumentamos a segurança no pátio. O último preso que morreu, tiramos com vida debaixo da escada. Quando começou a agressão a segurança atuou, entrando no pátio e afastando os presos. A vítima foi levada para a enfermagem, mas não resistiu — conta o diretor.

Após a 11ª morte, a secretária da Justiça e Cidadania, Ada De Luca, esteve na prisão. Andou nos pavilhões, ouviu presos e os agentes. Saiu descontente com vários aspectos, entre eles, o sistema de câmeras. Como a secretária já havia dito ao DC no final de abril, a secretária o monitoramento eletrônico existente é deficiente, pois apresenta pontos cegos. Um deles é embaixo da escada.

Uma situação que, segundo o diretor do presídio, deve mudar em breve.

— Por que esse vão não é fechado?
— Porque existe uma porta embaixo da escada
— E essa porta não poderia ser feita em outro lugar?
— Não é tão simples. É preciso pensar na engenharia
— Então, qual a solução?
— Construir um muro, dividir o pátio e colocar câmeras.
— E quando isso será feito?
— Está no pacote de melhorias que devem ser feitas.




Contraponto - A direção da penitenciária desconhece as informações de que os detentos mortos informaram sobre as ameaças. Segundo a direção, as famílias que avisaram foram bem recebidas e tiveram os presos remanejados de celas. A comissão de direitos humanos da OAB e a Delegacia que cuida dos casos, de Forquilhinhas, informaram que os parentes das vítimas podem procurar as entidades para denunciar o descaso nas informações.

Causas das mortes: Dos 11 detentos: - 6 foram mortos; 1 por facada; 1 por enforcamento; 1 eletrocutado; 1 natural (ainda investigada); 1 violência (tipo não informado)

Das estocadas: O número de estocadas nas vítimas é entre 25 a 98. As partes mais atingidas são: peito, pescoço e costas.

Motivos das prisões: Alguns dos detentos mortos possuiam mais de uma pena; Tráfico de drogas: 6 ; Assalto/Roubo: 4; Latrocínio: 1

Penitenciária de São Pedro de Alcântara vista por dentro

A repórter Alessandra Toniazzo e o fotógrafo Charles Guerra entraram no presídio para conferir, de perto, a situação dos detentos da Penitenciária de São Pedro de Alcântara. Acompanhada pelo diretor do complexo, Carlos Alves, ela questiona sobre a série de mortes nos últimos meses.

2 comentários:

jackeline disse...

olha gente eu sei k ali em sao pedro naum tem anjinhos,mas tem seres humanos k deveriao estar ali pra serem recuperados.esse diretor é um mentiroso,os agentes de sao pedro dao paulada na cara de presso na frente das visitas como aconteceu ontem dia 28 01 20012 pra mim eles sao mais bandidos doque os k estao pressos lá desgraçados k naum devem ter famila gostaria de apelar au juiz corregedor k por favorrrrrr va a sao pedro de alcantra e peça k quer falar com o presso k apanhou na frente da familia na hora da visita se alguem tomar uma providencia rapido o corte no rosto do preso ta la pra quem quiser ver a camisa suja de sangue k estancou o sangue se encontra com a familia,vamos lutar e isso naum vai ficar impune estou pedindo justiça eu sou de acordo do errou tem k pagar mas os agentes de sao pedro naumn digo todos mas uma grande maioria deles sao covardesss da pior especie nunca imaginei presenciar uma cena daquelas k um covarde deses foi capaz de fazer na frente das visitas,e vc covarde k deu essa paulada no rosto daquele rapaz sem nem au menos ele te olhar fez xorar sangue de um ser humano falho mas ser humano,um dia vc vai pagar pelas lagrimas no rosto de uma mae k vc fez .e tem mais se essa mae criou um bandido moço a sua criou um covarde da pior especie deus um dia vai cobrar bem caro de vc tudo ok vc faz de mau .queria muito pedir k alguem da justiça de florianopolis ou direitos humanos sei lá alguem guiado por deus k pudese nos ajudar nessa causa por favor entre em contato no telefone 0144991340358 falar com jakeline por favor se alguem ver esse comentario nos ajudem divulguem para k posamos chegar nas autoridades competentes e denunciar essa é a unica forma de conseguirmos acabar com covatrdias gratuitas obrigada .

jackeline disse...

no final do coredor tem cozinha padaria e paulada na cara dos prsos