Paulo Sant'Ana
Insisto: o argumento de que com administração pública dos presídios o Estado paga mais barato por cada presidiário do que o seria com a administração privada é risível.
Transmite a ideia nítida de que assim como está é o que tem de ser. Barato, mas com caos.
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Eu não quero saber quanto custa. O que quero é preso trabalhando e estudando nos presídios. O que preconizo é que a tuberculose e a aids nos presídios sejam reduzidas a quase zero.
O que quero é presídios sem ratos e sem esgotos a teto aberto.
O que quero é ver presídios onde não ocorram mais assassinatos nem tortura entre presos.
E é evidente que tais presídios ideais (privados) têm de custar mais caro que a precariedade alarmante dos presídios de hoje sob administração pública.
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Outra falácia que se espalhou por aí numa burrice espantosa: que a pena que sofre um presidiário tem de ser administrada diretamente pelo Estado, ele é o titular da apenação, ele é que tem de cuidar dela.
Quando um presídio é administrado pela índole privada, não foge à administração da pena pelo Estado. O Estado apenas entrega, não a administração da pena, mas a administração do apenado a uma empresa privada.
Quem vai administrar a pena no presídio sob administração privada continuará sendo a Vara de Execuções Criminais com a ajuda prestimosa e indispensável do Ministério Público.
Ora, bolas! Falácia pura a tese contrária corrente. Parem de aplicar este cachorro.
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Gozado é que o Estado não se furta a entregar as estradas ao pedagiamento privado.
E se vale do auxílio fundamental de multidões de seguranças privados que o ajudam a policiar desde os bancos até, muitas vezes, repartições públicas, assim como as residências e todo o resto do funcionamento civilizatório.
O número de seguranças privados no Brasil já ultrapassou há muito o número de policiais civis e militares.
Por que, então, se pejar de entregar a administração dos presídios à área privada?
E com uma vantagem: o Estado não tem controle direto das organizações de segurança privadas que atuam em nosso cotidiano, enquanto terá controle direto sobre a atuação das empresas privadas que forem administrar os presídios.
Ou seja, se a empresa privada que for administrar um presídio não estiver se conduzindo bem, o Estado a corrigirá ou a demitirá.
Enquanto hoje ninguém tem sido corrigido na esfera pública, muito menos demitido, por falhas nas administrações dos presídios.
Isso me parece de uma clareza meridiana, a tal ponto que lastimo ter de estar usando meus neurônios para ajudar a elucidar essa importante e primacial, assim como lógica, questão.
O óbvio não necessitaria ser explicado.
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