ZERO HORA 08 de outubro de 2014 | N° 17946
JOSÉ LUÍS COSTA E TAÍS SEIBT
SEGURANÇA. SUSEPE QUER SABER como ferramentas usadas pelos detentos foram introduzidas na cadeia considerada de mais alta segurança do Estado
A descoberta de três celas com grades serradas na terceira galeria do Pavilhão D da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) motivou a abertura de procedimento na corregedoria da Superintendência dos Serviços Penitenciários do Estado (Susepe) para apurar como as ferramentas entraram na cadeia de alta segurança do Rio Grande do Sul.
A galeria havia sido destinada, em novembro de 2013, a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que estavam espalhados por várias penitenciárias gaúchas e foram descobertos articulando a expansão da facção no Estado.
Os três presidiários que estavam nas celas com as grades serradas foram transferidos para outras áreas e estão sob investigação – na Pasc, cada cela abriga apenas um detento. A Susepe informou que o Grupo de Ações Especiais fez revistas na galeria assim que agentes penitenciários identificaram a possível tentativa de fuga, por volta das 13h de segunda-feira. Os ferros serrados eram colados. Um agente percebeu que algo estava errado quando, ao abrir um cadeado, o ferro que prende a alça caiu.
– Vejo esse caso com preocupação. Não é uma questão de corregedoria, mas de administração. Vai além da questão funcional – disse o juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais da Capital.
Brzuska tem sido atuante na fiscalização de presídios da Região Metropolitana e alertado recorrentemente o Estado sobre falhas no sistema de segurança da Pasc.
A Susepe não determinou prazo para a apuração, mas informou que deve durar cerca de 30 dias.
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