DIÁRIO GAÚCHO 14/10/2014 | 21h23
Dez agentes penitenciários são mantidos reféns em rebelião em Guarapuava, no Paraná. Entre as exigências dos presos, há um pedido de transferência de detentos para outras unidades prisionais
Motim é liderado por cerca de 50 presos que ainda mantém 10 agentes penitenciários como reféns, além de outro grupo de presos, a maioria condenada por crimes sexuais Foto: JOSUé TEIXEIRA / AGÊNCIA DE NOTÍCIAS GAZETA DO POVO/ESTADÃO CONTEÚDO
Dez agentes penitenciários e dezenas de presos que cumprem pena na Penitenciária Industrial de Guarapuava, no Paraná, permanecem reféns de um grupo de detentos rebelados há mais de 33 horas. Um dos agentes que era mantido refém foi libertado por volta das 11h30min desta terça-feira. Diabético, ele foi encaminhado para receber atendimento médico.
O trabalhador foi liberado em troca da garantia de almoço para os presos. Outro agente, libertado na segunda-feira, foi hospitalizado após ser queimado com cola quente. Desde o começo do motim, dois presos foram jogados de cima do telhado da cadeia, segundo o jornal Gazeta do Povo. Um deles sofreu uma fratura e o outro, traumatismo craniano. Além deles, seis se jogaram do telhado com medo de represálias dos líderes do motim.
Segundo a assessoria da Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, os presos passaram uma lista de reivindicações. As exigências foram entregues a negociadores da Polícia Militar, logo após as negociações terem sido retomadas, por volta das 7h. As conversações haviam sido suspensas no final da noite de segunda-feira.
Entre as exigências, há um pedido de transferência de detentos para outras unidades prisionais do Paraná. A assessoria não soube informar quantos e quem são os apenados que pedem para ser remanejados.
As reivindicações estão sob análise da Secretaria de Justiça, em conjunto com outros órgãos do governo estadual. Embora ainda não haja uma resposta, a entrega da lista já é vista como um avanço nas negociações.
Com capacidade para 240 presos, a Penitenciária Industrial abriga 239 detentos. O motim começou por volta das 11h30min da manhã de segunda-feira, quando parte dos apenados era conduzida a um canteiro de trabalho no interior do presídio.
De acordo com a assessoria da secretaria, os agentes que permanecem reféns têm ferimentos graves. Cinco presos foram feridos e encaminhados para hospitais locais, um deles com traumatismo craniano.
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, esta é a 21ª rebelião no sistema penitenciário paranaense, desde dezembro de 2013. A assessoria da secretaria, contudo, ponderou que parte desses episódios foram motins menos graves que rebeliões, pois não há registro de consequências graves, como agentes e presos feridos com gravidade ou danos estruturais às unidades.
*Zero Hora, com agências
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