ZERO HORA 28/07/2017
No Rio Grande do Sul, a madrugada e a manhã desta sexta-feira (28) foram marcadas por uma megaoperação policial que efetuou a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais. Um dos principais objetivos da ação é isolar lideranças de organizações criminosas do Estado. Os criminosos foram levados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para penitenciárias federais de Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Campo Grande (MS), sendo nove presos para cada.
O planejamento e bastidores
A operação começou a ser programada em março, a partir das transferências de dois líderes de facções criminosas para penitenciárias federais e o reflexo que elas tinham nas ruas, com a redução dos assassinatos. Lideranças foram mapeadas e tiveram as transferências solicitadas à Justiça. Ao todo, foram 46 solicitações, das quais 19 foram negadas. A operação passou por três etapas. Veja os bastidores da maior ofensiva contra o crime organizado no RS.
Quem são os presos transferidos na operação
Considerados líderes de facções, a maioria dos presos estava detida no Presídio Central de Porto Alegre e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). José Carlos dos Santos, o Seco, 38 anos, que liderou o principal bando especializado em ataques a carros-forte no Estado na década passada, e Juliano Biron da Silva, 34 anos, apontado pela polícia como um dos líderes e financiadores da facção Os Manos, estão entre os criminosos transferidos nesta sexta.
Seco está entre os transferidos Foto: Reprodução / Ver Descrição
Como foi a transferência
Mais de 3 mil homens e 20 instituições foram mobilizadas na Operação Pulso Firme para a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais. A movimentação das forças de segurança do Estado começou ainda na madrugada. No início da manhã, os detidos chegaram à Base Aérea de Canoas, de onde partiram em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para as penitenciárias federais. Em infográfico, entenda como ocorreu a operação.
Foto: Rodrigo Ziebell / SSP
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Os bastidores da investida
Foi durante uma reunião de trabalho, em março, que a cúpula da segurança pública gaúcha reconheceu: medidas preventivas e captura de bandidos tinham efeito quase nulo na escalada da violência no Estado. Não era mais possível conviver com decapitações, esquartejamentos e dar explicações sobre crimes bárbaros como um pai executado por engano em estacionamento de supermercado e mãe assassinada por ladrão em frente a escola do filho.
A aeronave que transportou os criminosos
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para o transporte de 27 detentos na transferência dos detentos é da velha guarda da aviação. Produzido desde 1954 pela empresa norte-americana Lockheed, o Hércules C-130 é um ícone da aviação militar. Visto como versátil, o modelo é apto para operações militares e humanitárias, transporte simples de passageiros e transferência de cargas.
Foto: Rodrigo Ziebell / SSP
O motivo para encaminhar os presos para presídios federais
Um dos principais objetivos da Operação Pulso Firme é diminuir o avanço das organizações criminosas no Estado, isolando lideranças de facções para frear o poder de atuação delas.
Presídios que receberam os presos gaúchos
Os 27 presos foram transferidos para três prisões que estão entre as consideradas mais seguras do país. Os presídios de Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS) são administrados pelo governo federal e recebem apenas presos de alta periculosidade, sobretudo megatraficantes — como Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP e Nem da Rocinha.
Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado
Policiamento reforçado em Porto Alegre e Região Metropolitana
Atenta a eventuais reações nas ruas contra a transferência dos criminosos, a Brigada Militar (BM) afirma ter reforçado o efetivo em Porto Alegre nesta sexta-feira (28). O Comando de Policiamento Metropolitano da Brigada Militar diz que as tropas também estarão reforçadas na Região Metropolitana.
Autoridades públicas comemoram operação
Autoridades gaúchas definiram a Operação Pulso Firme, que determinou a transferência de 27 líderes de facções para cadeias de fora do Estado, como "marco do enfrentamento ao crime no Rio Grande do Sul". O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, a ação desta sexta-feira deve ser comemorada como "um duro golpe na escala mais alta das estruturas criminosas".
Secretário de Segurança do Estado, Cezar Schirmer, disse que número elevado de homicídios com crueldade não era aceitável Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Um dos transferidos foi alvo de outra operação nesta sexta
Mais de 300 policiais realizaram, na manhã desta sexta-feira (28), a Operação Harpia em nove cidades da região metropolitana de Porto Alegre e do Litoral Norte para atacar as finanças de um líder de facção que foi transferido hoje para presídio federal. Juliano Biron da Silva teve quase R$ 5 milhões apreendidos em bens, mas a estimativa é de que ele movimentou R$ 60 milhões.
Biron foi um dos transferido na operação Foto: Polícia Militar / Divulgação
Visões sobre a transferência de presos no RS
A transferência foi vista como demonstração de força das autoridades de segurança pública contra as organizações criminosas. Porém, o impacto do plano na redução da violência ainda é incerto. Especialistas ouvidos por ZH analisam que, isolada, a ação surte efeito tímido na queda dos indicadores de segurança em razão da capacidade de reorganização da estrutura das quadrilhas. Por isso, o isolamento dos líderes precisa estar associado a outras estratégias de combate e prevenção da violência.
No Rio Grande do Sul, a madrugada e a manhã desta sexta-feira (28) foram marcadas por uma megaoperação policial que efetuou a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais. Um dos principais objetivos da ação é isolar lideranças de organizações criminosas do Estado. Os criminosos foram levados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para penitenciárias federais de Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Campo Grande (MS), sendo nove presos para cada.
O planejamento e bastidores
A operação começou a ser programada em março, a partir das transferências de dois líderes de facções criminosas para penitenciárias federais e o reflexo que elas tinham nas ruas, com a redução dos assassinatos. Lideranças foram mapeadas e tiveram as transferências solicitadas à Justiça. Ao todo, foram 46 solicitações, das quais 19 foram negadas. A operação passou por três etapas. Veja os bastidores da maior ofensiva contra o crime organizado no RS.
Quem são os presos transferidos na operação
Considerados líderes de facções, a maioria dos presos estava detida no Presídio Central de Porto Alegre e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). José Carlos dos Santos, o Seco, 38 anos, que liderou o principal bando especializado em ataques a carros-forte no Estado na década passada, e Juliano Biron da Silva, 34 anos, apontado pela polícia como um dos líderes e financiadores da facção Os Manos, estão entre os criminosos transferidos nesta sexta.
Seco está entre os transferidos Foto: Reprodução / Ver Descrição
Como foi a transferência
Mais de 3 mil homens e 20 instituições foram mobilizadas na Operação Pulso Firme para a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais. A movimentação das forças de segurança do Estado começou ainda na madrugada. No início da manhã, os detidos chegaram à Base Aérea de Canoas, de onde partiram em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para as penitenciárias federais. Em infográfico, entenda como ocorreu a operação.
Foto: Rodrigo Ziebell / SSP
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Os bastidores da investida
Foi durante uma reunião de trabalho, em março, que a cúpula da segurança pública gaúcha reconheceu: medidas preventivas e captura de bandidos tinham efeito quase nulo na escalada da violência no Estado. Não era mais possível conviver com decapitações, esquartejamentos e dar explicações sobre crimes bárbaros como um pai executado por engano em estacionamento de supermercado e mãe assassinada por ladrão em frente a escola do filho.
A aeronave que transportou os criminosos
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para o transporte de 27 detentos na transferência dos detentos é da velha guarda da aviação. Produzido desde 1954 pela empresa norte-americana Lockheed, o Hércules C-130 é um ícone da aviação militar. Visto como versátil, o modelo é apto para operações militares e humanitárias, transporte simples de passageiros e transferência de cargas.
Foto: Rodrigo Ziebell / SSP
O motivo para encaminhar os presos para presídios federais
Um dos principais objetivos da Operação Pulso Firme é diminuir o avanço das organizações criminosas no Estado, isolando lideranças de facções para frear o poder de atuação delas.
Presídios que receberam os presos gaúchos
Os 27 presos foram transferidos para três prisões que estão entre as consideradas mais seguras do país. Os presídios de Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS) são administrados pelo governo federal e recebem apenas presos de alta periculosidade, sobretudo megatraficantes — como Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP e Nem da Rocinha.
Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado
Policiamento reforçado em Porto Alegre e Região Metropolitana
Atenta a eventuais reações nas ruas contra a transferência dos criminosos, a Brigada Militar (BM) afirma ter reforçado o efetivo em Porto Alegre nesta sexta-feira (28). O Comando de Policiamento Metropolitano da Brigada Militar diz que as tropas também estarão reforçadas na Região Metropolitana.
Autoridades públicas comemoram operação
Autoridades gaúchas definiram a Operação Pulso Firme, que determinou a transferência de 27 líderes de facções para cadeias de fora do Estado, como "marco do enfrentamento ao crime no Rio Grande do Sul". O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, a ação desta sexta-feira deve ser comemorada como "um duro golpe na escala mais alta das estruturas criminosas".
Secretário de Segurança do Estado, Cezar Schirmer, disse que número elevado de homicídios com crueldade não era aceitável Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Um dos transferidos foi alvo de outra operação nesta sexta
Mais de 300 policiais realizaram, na manhã desta sexta-feira (28), a Operação Harpia em nove cidades da região metropolitana de Porto Alegre e do Litoral Norte para atacar as finanças de um líder de facção que foi transferido hoje para presídio federal. Juliano Biron da Silva teve quase R$ 5 milhões apreendidos em bens, mas a estimativa é de que ele movimentou R$ 60 milhões.
Biron foi um dos transferido na operação Foto: Polícia Militar / Divulgação
Visões sobre a transferência de presos no RS
A transferência foi vista como demonstração de força das autoridades de segurança pública contra as organizações criminosas. Porém, o impacto do plano na redução da violência ainda é incerto. Especialistas ouvidos por ZH analisam que, isolada, a ação surte efeito tímido na queda dos indicadores de segurança em razão da capacidade de reorganização da estrutura das quadrilhas. Por isso, o isolamento dos líderes precisa estar associado a outras estratégias de combate e prevenção da violência.
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