quarta-feira, 13 de março de 2013

LÍDER DO TRÁFICO É EXECUTADO NA CADEIA

ZERO HORA 13 de março de 2013 | N° 17370

FIM VIOLENTO

Líder do tráfico é executado na cadeia



Um dos históricos líderes do tráfico na Região Metropolitana teve um fim violento e, até agora, misterioso para a polícia. Na madrugada de sábado, Lúcio Dobronaldo Subtil Simões, o Velho Lúcio, 61 anos, foi executado com pelo menos 12 tiros na cama em que dormia dentro do alojamento do Instituto Miguel Dario.

Na cadeia do regime semiaberto, ele cumpria desde dezembro parte da sua pena por dois homicídios e tráfico. Dois homens teriam entrado no local e disparado contra ele antes de fugirem a pé. De acordo com a Susepe, ainda não há certeza de que o crime tenha sido cometido por outros detentos. Uma sindicância foi aberta para apurar o fato.

A investigação da 1ª Delegacia de Homicídios está em fase inicial. De acordo com o delegado Wagner Dalcin, as imagens do circuito interno não haviam sido entregues até ontem. A Polícia Civil só foi acionada mais de duas horas depois do crime, quando Velho Lúcio já havia sido levado para Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde morreu.

– Ainda é cedo para afirmar que o crime possa ter o envolvimento de algum confronto entre facções. Temos muito poucas informações até o momento – aponta o delegado.

Velho Lúcio ganhou notoriedade no começo dos anos 90, quando dominou com mão de ferro o tráfico na região da Vila Elza, em Viamão. Tinha entre as suas táticas, por exemplo, esconder armas e drogas debaixo de imagens de santos. A articulação do seu grupo também incluía o domínio de bocas de fumo na zona sul da Capital.

Antes de ir para o Instituto Miguel Dario, o criminoso ficou trancafiado por 12 anos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Foi a forma encontrada pela Justiça para frear a onda de violência promovida por ele. A cada fuga da cadeia, nos anos 90, o traficante se envolvia com um novo homicídio. Mesmo assim, os últimos movimentos de Lúcio no mundo do crime só foram bloqueados no ano passado, após operação contra o tráfico e a prisão de dois filhos e da mulher dele.

EDUARDO TORRES

O Velho Lúcio

- Desde o início dos anos 90, colecionou prisões por tráfico de drogas e suspeitas de homicídios. Sempre teve como principal característica a eliminação de inimigos e de possíveis testemunhas.

- Na lista de vítimas há até mesmo uma mulher grávida, assassinada no anos 2000 depois de ter testemunhado crimes da quadrilha.

- No mesmo ano, o traficante ganhou notoriedade nos jornais como um dos alvos e testemunha da CPI do Crime Organizado, na Assembleia. Revelou aos deputados um esquema de propina que envolvia policiais civis e militares, pagos para não o prenderem.

- Além de Viamão, a rede do Velho Lúcio tinha fortes contatos e comando na zona sul de Porto Alegre e em Eldorado do Sul, onde um avião foi apreendido ano passado.



ZH 19 de maio de 2012. | N° 17074

GOLPE NO TRÁFICO. Polícia detém bando e apreende até avião. Operação desarticulou grupo liderado pelo filho de um dos maiores traficantes da história do RS


O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) acredita ter aniquilado, ontem, durante a Operação Herança, uma das mais organizadas quadrilhas de tráfico da Região Metropolitana, que teria até um avião para transportar drogas. Segundo investigações, tudo funcionava como uma empresa arrojada e em fase de expansão no mercado. As conversas por telefone eram intensas, e não tratavam de pouca coisa. A cada dia, a “firma” movimentava R$ 15 mil. Havia até um planejamento. O chefão ambicionava movimentar R$ 25 mil diários.

Seguindo os passos do pai, Lúcio Dobronaldo Subtil Simões, o Velho Lúcio, 60 anos, hoje cumprindo pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) por tráfico e homicídios, Lúcio do Val Simões, 29 anos, teria criado uma rede de distribuição e venda de drogas. Ele foi preso no bairro Chapéu do Sol. Foi um dos 12 pegos na ação. Outros sete haviam sido detidos nos 10 meses de investigação.

– Conseguimos estrangular por este bando. Identificamos desde o financiador até gerentes e vendedores – disse o delegado Mario Souza.

Investigação começou após uma apreensão de drogas

A quadrilha teria atuação nos bairros Aberta dos Morros, Restinga, Tristeza, Lami, Jardim Carvalho, Chapéu do Sol, além do chamado “braço nobre”, com o uso de uma cobertura no Menino Deus. A investigação se iniciou com a apreensão, em julho, de 386 quilos num condomínio de classe alta na Aberta dos Morros. Era a propriedade de um usuário de drogas. Ninguém foi preso, mas permitiu um monitoramento minucioso.

– O Velho Lúcio era o conselheiro da quadrilha e lidava com o transporte e fornecimento de maconha. Passou a eles o conhecimento e a forma como deveriam conduzir o negócio. Isso deu poder ao seu pupilo – disse Mario.

Segundo ele, a quadrilha tinha contatos diretos com Foz do Iguaçu (PR): a informação veio graças a interceptação de 70 telefonemas.

*Colaborou Francisco Amorim

EDUARDO TORRES*

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